ENÉAS LOUR É ATOR, DRAMATURGO, CENÓGRAFO E DIRETOR TEATRAL

25 de fev. de 2011

BUDDHA



"Tenha confiança não no mestre, mas, no ensinamento.
Tenha confiança não no ensinamento,
mas, no espírito das palavras.
Tenha confiança não na teoria, mas, na experiência.
Não creia em algo simplesmente porque você ouviu.
Não creia nas tradições simplesmente porque
elas têm sido mantidas de geração para geração.

Não creia em algo simplesmente porque
foi falado e comentado por muitos.
Não creia em algo simplesmente porque
está escrito em livros sagrados.
Não creia no que você imagina,
pensando que um Deus o inspirou.
Não creia em algo meramente baseado
na autoridade de mestres e anciãos.

Mas, após contemplação e reflexão,
quando perceber que algo é conforme ao que é razoável
e leva ao que é bom e benéfico,
tanto para você quanto para os outros,
então aceite e faça disto a base de sua vida."

Sidartha Gautama
O Buddha

24 de fev. de 2011

DALTON TREVISAN

(ilustração de Enéas Lour / clique na imagem para ampliar)

a cigarra anuncia
o incêndio de uma rosa
vermelhíssima

Dalton Trevisan

23 de fev. de 2011

A PEDRA DO PEABIRU



Em 2006 percorri quase 6.000 km do
Caminho do Peabiru,
essa ancestral rota de ligação entre
o Pacífico e o Atlântico
que foi utilizada pelos povos
que habitavam esta região do mundo.


Acompanhado do amigo
e antropólogo Blas Torres
visitamos várias aldeias onde hoje
sobrevivem os descendentes daqueles povos.

Com apoio do MinC e da FUNARTE
pudemos realizar uma pesquisa
para a criação de um texto dramatúrgico.

Hoje, passados 05 anos,
 ainda estou escrevendo a peça teatral,
(tarefa bem difícil!)
e, também,
um livro ficcional sobre este
"caminho mágico dos guaranis".




Um caminho que nos conduz pelo nosso interior.

 

 Percorrer este caminho foi
uma grande experiência para mim.
Apendi muito sobre mim mesmo
e sobre a sabedoria desse povo mágico:
os Guaranis.








A Pedra do Peabiru,
que batizou o meu livro,
existe mesmo, está lá,
aflorada da terra com seus entalhes enigmáticos,
sua "escrita" intrigante e inacessível.

Um bom mote para escrever um livro.

Enéas lour


19 de fev. de 2011

ONDAS E NUVENS




“ONDAS E NUVENS “

Não há o que impeça um homem de ser solitário.
Nem mulher, nem mesa, nem cama podem impedir
um homem de ser só.
Os homens são assim : solitários.
Nem todos, mas, alguns.

As mulheres não.
Elas - talvez porque os tenham parido - não são assim.
Elas são uma espécie diferente da dos homens.

São como uma colônia única,
todas elas, as mulheres.
Ou pelo menos quase todas.
Algumas não!
São as exceções: as solitárias!

Como por exemplo : as gêmeas!
Repare: uma das gêmeas sempre é solitária
e a outra nunca!

A solitária vai crescer com a razão amarrada nos cabelos.
A outra vai crescer,
como quase todas as outras mulheres: junto com a terra.

Claro que esta é uma equação natural
e, portanto, figura assim,
repleta das incógnitas humanas.

Os meninos,
 antes de serem homens, têm muito de mulher.
Ao contrário das meninas que são mulheres
desde que nascem até ficarem velhas
e então se assemelharem aos homens.

Todas as velhas são homens femininos,
com suas rugas, suas orelhas cabeludas,
suas vozes roucas e suas lembranças repetitivas.

Já os velhos não!
Os velhos são homens velhos solitários somente,
como sempre foram - nem todos, mas alguns.
E os outros velhos são quase mortos somente.

Nem um nem outro
- homens e mulheres, meninos e meninas -
não são, em ponto algum que seja,
nem melhores e nem piores entre si!

São tão somente assim : alguns e nenhuns.
Como ondas e nuvens.

Pessoas.
Não se distinguem a olhos desmedidos!

São como músicas que vão,
aos poucos,
adquirindo suas letras durante a vida!

Alguns solitariamente e outros em coro...

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 Enéas Lour

16 de fev. de 2011

AMIGA LIA

(fotomontagem de Enéas Lour)


A letra e a música do samba de breque 
"Amiga Lia" (homenagem a Adoniran Barbosa)
foram compostas em 1987
pela dupla Beto Guiz e Enéas Lour.

"AMIGA LIA"

Foi ali,
Na esquina das Marechal,
que encontrei com um pessoal,
que há muito tempo eu não via:

Tava o Zé, tava o Lúcio c’o irmão,
tava a Cida, tava o João
e também uma tal de Lia.

E esta Lia, que morava em quitinete,
Disse assim, com ar coquete:
“- Vamo lá tomar uns drinque!”

E nóis fumo,
pro edifício Presidente,
nóis subimo, bem contente,
tudo lá pro sexto andar!

(um, dois, três, quatro, cinco, seis!)
(um, dois, três, quatro, cinco, seis!)

Trem das Onze”, “Iracema” e “a Maloca
e nóis tudo já boboca
batucando no balcão!

(Batucando no balcão)

Mas aí, pintô um tal de Zé Lador
Tacô o dedo na buzina
e falou bem assim pra nóis:

- “Ói, pessoal, oceis me descurpe,
mas, o prédio aqui é de respeito,
já é mais de meia-noite,
amanhã é segunda-feira,
oceis tem que manerar!”

E a Lia, que tava de penhoir,
disse assim: - "Ó pessoar,
vamos ter que manerar!..."

(Ái, que saco manerar!)
(Ái, que saco manerar!)

Uns ficaram estendidos no carpê,
otros foram pela escada
e otros pelo elevador!

(E otros pelo elevador!)

Lá embaixo,
se encontremo na calçada
demo tapinha nas costa:

- Ô rapaz vê se aparece!...
- Até quarqué dia desse!...

(Ô rapaz vê se aparece!...)
(Até quarqué dia desse!)
...
..
.

10 de fev. de 2011

O RIO E EU - FILME

“O Rio E Eu”O curta-metragem "O RIO E EU"


Lançamento do filme
HOJE
às 21:30h no Shopping Cristal

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produzido pela OGER SEPOL Produções,
dirigido por Diego Lopes e Claudio Bitencourt,
foi selecionado na Categoria Curta Metragem
do prestigiado Los Angeles Brazilian Film Festival,
que acontece entre os dias 23 a 26 de março
em West Los Angeles, California.

No elenco
Enéas Lour, Amélia Bittencourt,
Patrick Vargas e Flávia Cavali


ASSISTA O MAKING OF DO FILME



“O Rio E Eu”
Lançamento do filme
dia 14 de fevereiro de 2011 
(SEGUNDA FEIRA)
às 21:30h no Shopping Cristal
Curitiba / Paraná

9 de fev. de 2011

Miniconto: CAFÉ DO TEATRO


CAFÉ DO TEATRO

(Cheguei cedo e não tinha ninguém da minha turma).
(Pedi um red e fiquei no balcão.)
(Pouca gente nas mesas: um casal,
mais um, mais dois meninos de mãos dadas.)

(O casal mais velho
- ela 30 e poucos, ele 40 e poucos -
roubam meus olhos enquanto bebo um primeiro gole
e, da coxia, observo a cena.)

Ele: Segurando as duas mãos dela nas suas.
Ela: Olhar na mesa, num cisquinho de pão caído na toalha.
Ele: Murmúrios.
Ela: Balança a cabeça: que não.
Ele: Puxa as mãos dela para si.
Ela: Tira uma deixa a outra.
Ele: Beija as unhas pintadas de azul.
Ela: Tira a última mão e olha lá para fora.
Ele: Arrasta a cadeira e o tronco para frente.
Ela: Vira para o lado e pega o copo de guaraná.
Ele: Insiste e puxa a mão de novo e olha a palma.
Ela: Percebe que estou olhando.

(Desvio meu olhar para o lado.
Para os dois meninos agora se
beijando.)

Ela: Olha para ele, cruel.
 
(Deixo as bichinhas faceiras
com seu romance em progresso
e volto a ser o único espectador
do outro romance que está falindo.)

Ele: Olha as linhas da mão dela, estendida ainda.
Ela: Suspira. Enfadada.
Ele: Examina a palma da mãos dela, como se lá estivesse desenhado o mapa da cidade.

(Como se estivesse à procura
de um ponto onde um ônibus vermelho
passasse e os levasse juntos cruzando ruas,
esquinas, avenidas até ao terminal do amor.)

(Está perdido, o pobre amante, penso eu,
com meu copo de whisky.)

(Perdido nos cruzamentos das linhas cruzadas
na palma da mão da amada.)
 
Ela: Levanta e sobe a escada para o banheiro.
Ele: Pede mais uma cerveja ao garçom.

(Olho o cara com cara de sapo.)
 
Ele: Descobrindo que não é o príncipe dela.
Ela: Passa por mim e sinto o perfume - um pouco doce demais.
Ele: Suspira e balança a cabeça, que não, que não, que não ...

(Será não vê que ela não quer mais saber dele?)

(Que quando ela voltar do banheiro
vai embora perfumando
o banco de trás de um táxi?)

(Chegam dois amigos meus.
Larguei a peça no meio.
E, assim, não vi o fim.)
 
Enéas Lour
Outubro / 2008
 

7 de fev. de 2011

"MINHA VONTADE DE SER BICHO"

Estreia, dia 17 de fevereiro, (quinta-feira)
no Teatro Novelas Curitibanas
a adaptação e direção de Edson Bueno  
para obra e fatos da vida de Clarice Lispector
"MINHA VONTADE DE SER BICHO"
No elenco Marcia Maggi, Pagu Leal,
Janja, Diego Marchioro e Tiago Luz.
Iluminação Beto Bruel.
Sonoplastia : Chico Nogueira.
 Figurinos Áldice Lopes.
Vídeos : Murilo Hauser.

2 de fev. de 2011

A BAILARINA E A ESTÁTUA

 Montagem digital realizada por Enéas Lour
A Bailarina e a Estátua

Tudo que está vivo
parece parado.
Só a folha morta,
ao cair,
parece viva.

Poema de Alice Ruiz
http://aliceruiz.com.br/
(Foto de Eli Pio)
(detalhe: um mosquito na ponta do nariz)

Cabeça modelada por Enéas Lour
utilizando papelão e cimento.
Técnica criada pelo autor em São Luiz do Purunã.

1 de fev. de 2011

Curitiba Cero Grado na TeleSUR

http://www.curitibazerograu.com.br/ 

A entrevista com a Salete (produtora) e o Elói (diretor)
foi feita pela TeleSur Venezuelana,
no Festival de Cinema de Cuba,
onde o filme Curitiba Zero Grau foi exibido.